Reis da batata frita fazem sucesso e vendem 600 quilos do produto por dia

Haniere e Rafael na loja: batata, calabresa e bacon numa combinação de sucesso Foto: Luiz Ackermann / O Globo

Há dois meses, um pequeno comércio na entrada da comunidade da Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio, se tornou um verdadeiro point dos amantes de batata frita. 

Somente na inauguração, em novembro do ano passado, mais de uma tonelada do produto foi vendida, para mais de mil clientes, que chegaram a enfrentar uma fila de cinco horas.

A ideia de abrir o negócio partiu do empresário Haniere Braga, de 29 anos. Ex-dono de uma agência de publicidade, ele resolveu se tornar sócio de um de seus antigos clientes e fez da crise uma solução para ganhar dinheiro.

—Trabalhei por alguns anos com comunicação e tinha clientes de todos os segmentos. No ano passado, senti que a crise econômica havia batido em minha porta. 

Comecei a sondar um dos meus clientes, o Rafael Feitosa, que já era do ramo dos negócios de comida rápida. Ele sugeriu que abríssemos a loja de batata frita. 

Chamamos outros dois sócios. A Viviane Feitosa e o Fábio Oliveira e partimos para a divulgação. Tudo online — conta Haniere.

Os sócios contam que já sabiam que o negócio faria sucesso, mas não imaginavam o reboliço que iriam causar na comunidade:

— Era muita gente. Ficamos desesperados. Se formou uma fila gigantesca de gente querendo os nossos combos. Tivemos que buscar mais batatas para conseguir atender a todos os pedidos. No final do expediente, tivemos a surpresa de conseguir atender 1.262 clientes.

Para Rafael Feitosa, de 35 anos, a alta procura pela batata frita vem da combinação de qualidade e quantidade.

—Nós temos a consciência de que trabalhamos em um lugar com um público de baixa renda. Não tem como cobrar preços exorbitantes, mas também não deixamos de prezar pela qualidade do produto — explica Feitosa. — Acho que o nosso segredo, além de ter produtos de boa qualidade, é a quantidade dos produtos. Com R$ 20 já dá para alimentar uma família de 4 pessoas.

A batata sendo preparada: para os donos, vendas são uma combinação de quantidade e qualidade Foto: Luiz Ackermann / O Globo

Batata com tudo dentro

Um dos motivos do sucesso da Batata da Vila é a quantidade de petiscos que acompanham as fritas. Vendidas em três tamanhos de R$ 10, R$ 20 e R$ 30, a gostosura é servida com muita calabresa e bacon. E acrescentando mais R$ 5 (em qualquer tamanho) o clientes ainda encontrará entre as batatas pedaços de frango frito.

Cliente fiel do estabelecimento o funkeiro MC Playboy, de 52 anos, diz que costuma comprar a porção de R$ 35 para ser consumida junto com o arroz e feijão que prepara em casa:

— Já virou parte do nosso jantar. Quando levo para casa, a família fica muito feliz. Acho que eles conseguiram ganhar a gente pela quantidade. É muita batata!

Segundo o sócio Rafael Feitosa, muitas famílias têm feito o mesmo que o MC Playboy.

—A gente adora saber que faz parte da vida da comunidade. Todos os nossos 6 funcionários são da Vila Cruzeiro. E também temos distribuído algumas cestas básicas com o dinheiro que vendemos do óleo usado — orgulha-se o empresário que tem vendido uma média de 600 quilos de batata por dia.

Com informações do Extra