O Itaú Unibanco colocou a culpa de um estupro na própria vítima e causou revolta na Web. O Banco divulgou um comunicado à imprensa pedindo desculpas publicamente após advogados contratados pela empresa colocarem a culpa de um estupro na vítima.
No caso em questão, uma cliente pedia na Justiça o ressarcimento de um valor em dinheiro sacado de sua conta bancária num caixa eletrônico em São Paulo.
Um criminoso obrigou a vítima a tirar dinheiro logo depois de estuprá-la. Durante o processo movido pela cliente, os representantes legais do banco alegaram que a vítima agiu com imprudência por estar sem o namorado no momento do crime.
O Tribunal de Justiça de São Paulo deu razão à cliente e destacou que a mulher fora enganada, roubada e estuprada pelos abusadores.
O Tribunal de Justiça de São Paulo deu razão à cliente e destacou que a mulher fora enganada, roubada e estuprada pelos abusadores.
A Justiça já havia determinado o ressarcimento dos R$ 628,40 sacados da conta dela no crime, mas o banco resolveu recorrer.
Em nova decisão, o desembargador José Luiz de Jesus Vieira considerou o argumento dos advogados um "absurdo incomensurável" e decidiu que, além do montante que já lhe era devido, o Itaú dever pagá-la outros R$ 9.370, equivalente ao valor atual de dez salários mínimos.
Os advogados alegaram que a cliente teria agido com "absoluta imprudência" e que ela mesma teria reconhecido que aceitou "diversos convites" sem a presença do namorado.
Os advogados alegaram que a cliente teria agido com "absoluta imprudência" e que ela mesma teria reconhecido que aceitou "diversos convites" sem a presença do namorado.
A argumentação da empresa de advocacia contratada pelo banco, revelada pelo portal "Justificando", gerou revolta nas redes sociais. Internautas criticaram o banco por colocar a culpa do estupro na vítima e por se valer de uma discurso machista para recorrer na Justiça. Os usuários mais exaltados escreveram que retirariam seu dinheiro do banco.
O TJ-SP avaliou a alegação dos advogados como "pífia e desumana" e ordenou a anulação dos débitos da conta.
O TJ-SP avaliou a alegação dos advogados como "pífia e desumana" e ordenou a anulação dos débitos da conta.
Em nota, o Itaú Unibanco reconheceu que deveria ter solucionado a questão no primeiro contato da cliente e que errou ao deixar o caso chegar à Justiça.
Segundo a empresa, o discurso de sua defesa no tribunal "afronta princípios e valores éticos (da marca), que exigem de respeito e empatia com situações de vulnerabilidade".
Ainda conforme a nota, o banco se comprometeu a revisar seus procedimentos e serviços para evitar a repetição de situações semelhantes e pediu desculpas "à cliente, a todas as mulheres e à sociedade em geral".
Leia a nota do Itaú na íntegra:
"O Itaú Unibanco errou ao deixar que esse caso chegasse à esfera judicial, sem uma solução imediata no primeiro contato da cliente. O discurso utilizado pelo escritório de advocacia contratado afronta os nossos princípios e valores éticos, que exigem respeito e empatia com situações de vulnerabilidade.
O Itaú Unibanco se compromete a revisitar seus processos internos e seus procedimentos com prestadores de serviço para que situações desse tipo não voltem a ocorrer.
Ainda conforme a nota, o banco se comprometeu a revisar seus procedimentos e serviços para evitar a repetição de situações semelhantes e pediu desculpas "à cliente, a todas as mulheres e à sociedade em geral".
Leia a nota do Itaú na íntegra:
"O Itaú Unibanco errou ao deixar que esse caso chegasse à esfera judicial, sem uma solução imediata no primeiro contato da cliente. O discurso utilizado pelo escritório de advocacia contratado afronta os nossos princípios e valores éticos, que exigem respeito e empatia com situações de vulnerabilidade.
O Itaú Unibanco se compromete a revisitar seus processos internos e seus procedimentos com prestadores de serviço para que situações desse tipo não voltem a ocorrer.
O banco cumprirá integralmente a decisão da Justiça, indenizando a cliente. Pedimos desculpas à nossa cliente, a todas as mulheres e à sociedade em geral".
Com informações do Extra
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