Greve dos ônibus deixa garagens cheias e causa tumultos no Rio; manifestantes impedem ônibus de circular na Avenida Brasil - Baixada Viva Notícias

Greve dos ônibus deixa garagens cheias e causa tumultos no Rio; manifestantes impedem ônibus de circular na Avenida Brasil

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O primeiro dia de paralisação de motoristas e cobradores de ônibus do Rio foi de menos coletivos circulando pelas ruas, garagens cheias e manifestações. 



Apesar de a greve ser gradual, já era possível perceber os efeitos no início desta segunda-feira. Segundo o sindicato da categoria no Rio (Sintraturb Rio), até o momento cinco empresas aderiram ao movimento: Ideal, Paranapuã, Real, Redentor e Três Amigos, que somam cerca de 4.300 profissionais e atendem as zonas Norte, Sul e Oeste.

Os ônibus intermunicipais que passam pela pista lateral da Avenida Brasil sentido Centro são parados pelos manifestantes, por volta de 6h40. 

Os passageiros são obrigados a descer dos veículos. Os passageiros eram obrigados a descer dos veículos. 


A estudante de Turismo Yasmin Mello, de 20 anos, estava no coletivo da linha 665 (Pavuna x Saens Pena) e ia para a faculdade, na Tijuca. Não teve escolha senão descer do ônibus e agora não sabe como fazer para seguir viagem.


— Vou ver se fico na casa de algum amigo ou parente, pois minha mãe disse que está perigoso voltar para casa neste momento pois teve troca de tiros mais cedo — conta a jovem, que mora na comunidade Nova Holanda.

A todo momento mais passageiros ficam a pé sem conseguir completar a viagem. Maria Antônia de Almeida, de 56 anos, seguia no 298 (Acari x Castelo) quando os pneus do carro foram furados pelos manifestantes. Ela conta o susto que passou.

— Foi uma correria, a gente não sabia o que tava acontecendo. A gente entende o lado deles, mas acaba que cidadãos de bem são prejudicados. Eu não vou chegar no trabalho no horário certo hoje — reconheceu Maria.


Protesto na Avenida Brasil Foto: Diego Agostinho

Em frente à garagem da Real, empresa que contabiliza cerca de 400 ônibus parados, manifestantes impediram a passagem de um coletivo da linha 303 (Rodoviária x Barra). Com gritos de "A união voltou", os profissionais obrigaram o ônibus a parar. 



Os passageiros tiveram que descer. A garagem da Real está localizada em Manguinhos, às margens da Avenida Brasil. Policiais militares em dois carros também eram vistos no local. Por volta das 6h30, um grupo carregando faixas de protesto fechou uma pista da Brasil sentido Centro, em frente à Fiocruz.

— São dois anos sem aumento. Vamos vencer essa luta juntos. É todo mundo na mesma direção — gritou um manifestante enquanto batia no vidro dianteiro do ônibus interceptado.

Em nota, o sindicato afirma que "em qualquer movimento de paralisação existem os mais exaltados e até pessoas infiltradas para tentar enfraquecer e gerar tumultos". O texto destaca ainda que essa não é a orientação do movimento, "que busca apenas ter o direito de cobrar o que é devido pelo patronal".

Bruna Vilela, de 29 anos, mora na Vila do João e estava apreensiva com o início da greve. Para chegar ao trabalho, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, ela geralmente pega dois ônibus. Nesta segunda-feira, preferiu sair de casa cerca de 40 minutos antes do que o normal. O tempo de sono a menos, segundo ela, foi essencial.

— Fiquei com medo, pois não posso me atrasar para o serviço. Aí preferi me precaver e sair mais cedo — diz ela, que trabalha como recepcionista em uma clínica de estética.

O Centro de Operações Rio, da prefeitura, recomendou que a população dê preferência a trens, metrô, barcas ou VLT para realizar seus deslocamentos nesta segunda-feira.

Na noite deste domingo, cerca de 350 profissionais se reuniram na sede do sindicato, no Centro. Segundo Sebastião José, presidente do Sintraturb Rio a paralisação será gradual para que os usuários não sejam atingidos de uma só vez. Ainda segundo a direção do grupo sindical, "a tendência é que conforme as empresas sejam paralisadas, a greve seja geral e por tempo indeterminado".

Sebastião afirma ainda que os funcionários desejam um reajuste salarial de 10%, plano de saúde, retorno da data base para 1º de março, vale-alimentação de R$ 409,50, vale-refeição de R$ 480, fim da dupla função e a suspensão das multas. Ele alega também que "a categoria vive um verdadeiro estado de escravidão, onde muitos profissionais trabalham mais de 16h por dia, tendo em muitos casos de almoçar dentro do coletivo".
Rio Ônibus se defende

Na quinta-feira, a direção do Sintraturb Rio rejeitou a proposta salarial encaminhada na pelo Rio Ônibus — sindicato que representa as 41 empresas operadoras da cidade. Após a negativa de acordo, o Rio Ônibus emitiu nota neste domingo onde alega ter recebido a resposta oficial apenas no fim da tarde desta sexta.

"O Rio Ônibus continua disposto a avançar nas negociações, e encaminhou ao sindicato dos rodoviários sugestão de novo agendamento de reunião para tentar solucionar o impasse o quanto antes", diz o texto.

Já a Secretaria municipal de Transportes ressaltou que acompanhará a movimentação e aplicará as sanções cabíveis, "caso as obrigações contratuais sejam descumpridas". Na última sexta-feira, cerca de 700 funcionários da Paranapuan, empresa que opera 17 linhas municipais que saem da Ilha do Governador para o Centro, Tijuca e alguns bairros da Zona Norte, cruzaram os baços devido ao atraso de pagamentos e benefícios.


O programa Bom dia Rio, mostrou hoje pela manhã, que manifestantes parando ônibus na pista lateral da Avenida Brasil, impedindo os veículos prosseguirem de circularem.



Via Extra


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