Romário falou com jornalistas após derrota eleitoral Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
RIO —Romário(Podemos) chegou visivelmente abatido para entrevista após a apuração do resultado da disputa para o governo do estado do Rio, na noite deste domingo.
Desde cedo em seu comitê central de campanha, na Barra da Tijuca, onde acompanhou a divulgação das parciais de votação, o candidato parecia ainda não ter assimilado o desfecho que o colocou na quarta posição.
As pesquisas anteriores à de boca de urna o apontavam como virtual segundo colocado e postulante ao segundo turno. Ele acabou atrás também de Tarcísio Motta (PSOL), que ficou em terceiro lugar.
Romário prometeu cumprir até o fim seu mandato de senador, reconheceu que cometeu erros ao longo da campanha, embora não os tenha citado, e demonstrou surpresa com o crescimento de Wilson Witzel (PSC), que aparecia entre a terceira e a quarta posição nas pesquisas de intenção de voto ao longo da última semana de campanha.
— (O crescimento) surpreendeu não só a mim, mas a todos. Não sei se o fenômeno Bolsonaro é suficiente para explicar isso, mas aconteceu. Sempre que você perde, é porque você cometeu erros.
Talvez o eleitorado tenha entendido que outros candidatos foram mais convincentes do que eu. Mas foi uma bela campanha. Não me arrependo. Conheci mais gente e mais lugares do Rio de Janeiro. Agora vou para casa pensar, antes de decidir o que fazer no segundo turno — afirmou.
Ao longo da campanha, Romário fez duras críticas ao ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), segundo colocado do primeiro turno. Entre elas, disse que o adversário fazia parte de uma organização criminosa comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral. No entanto, o senador não descartou a hipótese de apoiar Paes contra Witzel.
— Hoje eu não tenho nenhuma tendência de apoio. Amanhã é outro dia e pode ser que eu tenha, que eu decida se vou apoiar alguém ou não. Acho que hoje a tendência é não. Mas também não vou ficar reclamando, porque não é choro de perdedor, eu sou um vencedor — disse.
Romário acompanhou a apuração no segundo andar de seu comitê, ao lado de assessores, como o economista Guilherme Mercês, anunciado como seu virtual secretário de Fazenda; o marqueteiro Lula Vieira; e familiares do candidato, como a filha Moniquinha e o irmão Ronaldo.
No local, todos demonstraram sinais de tensão. Candidato a vice-governador da chapa, Marcelo Delaroli (PR), aliado de Jair Bolsonaro (PSL), não estava presente.
No primeiro andar do comitê, entre funcionários e assessores, o clima era de preocupação e surpresa desde a divulgação da pesquisa de boca de urna do Ibope, às 17h, que colocou Wilson Witzel como primeiro colocado, com 39% dos votos.
A equipe acompanhava o avançar da apuração com incredulidade e atribuía a vantagem aberta pelo ex-juiz no início da votação à apuração iniciada pelas urnas da zona sul da capital, o que acabou não se confirmando.
Via Extra
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