O motorista que no domingo fez o horário da noite do ônibus da linha 106 (Paracambi-Nova Iguaçu) contou que saiu da garagem com a recomendação de evitar paradas em trechos considerados de risco.
Na véspera, um coletivo que faz o mesmo trajeto foi incendiado na altura de Rosa dos Ventos, perto da comunidade Inferninho. Ele disse que os passageiros ainda estavam meio assustados um dia depois, mas não considera perigoso o itinerário que faz diariamente há um ano e três meses.
- O que aconteceu com o colega poderia ter ocorrido a qualquer um de nós. Ele estava no lugar errado na hora errada. Não acho que seja um trajeto perigoso para os dias de hoje. Não passa dentro de comunidades. Nunca me aconteceu nada. Nem assalto - afirmou Edilson Lima Batista, de 55 anos.
'É assalto direto'
Segundo o motorista, os trechos a serem evitados ficavam próximo ao local onde o ônibus foi incendiado, ao logo Rodovia Presidente Dutra, na altura de Nova Iguaçu. A viagem entre um extremo e outro do trajeto é longa.
Dura quase duas horas. O primeiro trecho, até Seropédica, é em area rural, erma e mal iluminada à noite, o que torna maior os riscos de assaltos no horário noturno, segundo usuários.
- É assalto direto. Só pego esse ônibus à noite quando estou passando muito mal e preciso ir ao hospital em Paracambi - disse a dona de casa Efigênia da Silva de Oliveira, de 70 anos, moradora de Japeri.
A estudante de Letras Paloma Liberato, de 20 anos, também moradora em Japeri, é outra que evita a linha à noite. A jovem nunca foi assaltada, mas disse que vários amigos já passaram por essa experiência.
- Evito esse horário (noturno). Além do perigo de assalto, o ônibus demora muito. Nos fins de semana a espera no ponto pode levar um tempo maior do que o do trajeto da viagem - reclama.
- O que aconteceu com o colega poderia ter ocorrido a qualquer um de nós. Ele estava no lugar errado na hora errada. Não acho que seja um trajeto perigoso para os dias de hoje. Não passa dentro de comunidades. Nunca me aconteceu nada. Nem assalto - afirmou Edilson Lima Batista, de 55 anos.
'É assalto direto'
Segundo o motorista, os trechos a serem evitados ficavam próximo ao local onde o ônibus foi incendiado, ao logo Rodovia Presidente Dutra, na altura de Nova Iguaçu. A viagem entre um extremo e outro do trajeto é longa.
Dura quase duas horas. O primeiro trecho, até Seropédica, é em area rural, erma e mal iluminada à noite, o que torna maior os riscos de assaltos no horário noturno, segundo usuários.
- É assalto direto. Só pego esse ônibus à noite quando estou passando muito mal e preciso ir ao hospital em Paracambi - disse a dona de casa Efigênia da Silva de Oliveira, de 70 anos, moradora de Japeri.
A estudante de Letras Paloma Liberato, de 20 anos, também moradora em Japeri, é outra que evita a linha à noite. A jovem nunca foi assaltada, mas disse que vários amigos já passaram por essa experiência.
- Evito esse horário (noturno). Além do perigo de assalto, o ônibus demora muito. Nos fins de semana a espera no ponto pode levar um tempo maior do que o do trajeto da viagem - reclama.
Onibus queimados em Nova Iguaçu em represália a operação policial Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
O motorista Luciano Ramos, de 46 anos, que fez o horário de 11h com destino à Nova Iguaçu, nesta segunda-feira, considera tranquilo o trabalho na linha onde está há seis anos. Seu único medo é de assalto. Afinal, já foram três. O último há pouco mais de um ano e meio.
- O trecho entre Queimados e Nova Iguaçu é o mais perigoso. O trabalho em si é tranquilo. O medo é só de assalto. A gente nunca sabe o que pode acontecer em cada viagem - relata.
O ônibus que parte da estação de Paracambi até o terminal rodoviário de Nova Iguaçu percorre 58 paradas. O primeiro coletivo sai às 4h20m e o último às 21h20m. A maior parte do trajeto é pela Rodovia Dutra.
O 106 foi um dos cinco ônibus incendiados na Baixada Fluminense entre a noite de sábado e a manhã de domingo. O ataque foi em represália à ação do 20 BPM (Mesquita) às 22h de sábado, que deixou dois bandidos mortos e outros dois feridos.
Quinze feridos
Dos 15 feridos - todos do ônibus da linha 106 - 12 foram encaminhados ao Hospital Geral de Nova Iguaçu. Destes, apenas Jorge Alberto Senra do Nascimento, de 27 anos, que sofreu lesões nas pernas, ainda se encontra internado. O quadro de saúde dele é estável, segundo o hospital.
Juliana Justo Brito, de 26 anos, foi transferida para uma hospital particular do Rio. Os demais pacientes receberam alta ainda na manhã de domingo. As vítimas chegaram ao hospital transferidas da UPA de Comendador Soares, onde receberam os primeiros atendimentos. A maioria deu entrada com queimaduras e escoriações. Três foram liberados pela unidade na madrugada de domingo.
Dados da Fetranspor mostram que, com os casos deste fim de semana, sobem para 72 o número de ônibus destruídos por bandidos na Baixada Fluminense, desde 2016, correspondendo a 40% do total registrado no estado, no período (182).
Via Extra
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