Nomofobia: dependência por celular é doença e causa distúbios mentais - Baixada Viva Notícias

Nomofobia: dependência por celular é doença e causa distúbios mentais

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A Nomofobia, doença que causa dependência por aparelhos celulares e computadores está afetando muitas pessoas, inclusive os jovens. 

Segundo Daniela Faertes, piscóloga, normalmente as queixas vem das pessoas que estão ao redor dos nomofóbicos, já que estes não percebem que são dependentes do aparelho.


A final, o que é nomofobia?

Nomofobia é o medo irracional de estar sem celular ou aparelhos eletrônicos no geral.


Ela está relacionada ao vício em outras tecnologias como computadores e videogames. Ou seja, quanto maior a Dependência Digital, maior a fobia.

Sendo assim, considerando que a OMS define a adicção como doença, a Dependência Digital e a Nomofobia são doenças relativamente recentes, que surgiram pelas mudanças e avanços tecnológicos da/na sociedade.

As novas tecnologias tornaram a comunicação entre indivíduos tão fácil quanto o aperto de um ou dois botões. A facilidade de entrar em contato com outras pessoas e, ao mesmo tempo, de estar ao alcance delas traz inúmeras consequências, tanto positivas quanto negativas.


Desde o avanço da telefonia móvel o celular se converteu em um aparato praticamente indispensável na vida das pessoas. A proporção de usuários de celular é pelo menos três vezes maior que a de usuários de internet e cinco vezes maior que usuários de televisão.

Segundo pesquisa, 138,3 milhões de brasileiros, ou 77,1% da população com 10 anos ou mais de idade, tinham celular próprio no fim de 2016 (PNAD Contínua, do IBGE). O acesso à tecnologia móvel avança mais rápido do que a universalização do saneamento básico, segundo a mesma pesquisa.

A posse do celular é maior entre os jovens de 25 a 34 anos, faixa em que a penetração é de 88,6%. Quanto maior a idade, menor a proporção, chegando a 60,9% na população com 60 anos ou mais.

Segundo o diretor do departamento de banda larga do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil, Artur Coimbra, o percentual de acesso móvel entre os jovens é compatível com o verificado em países desenvolvidos.

No caso da Nomofobia, o receio de ficar incomunicável é explicado pelos pacientes que acodem aos serviços para tratar a disfunção.

A principal alegação deles para não ficarem momento algum sem o aparelho celular, por exemplo, é dizer que podem passar mal na rua e, sem contato, ficariam sem socorro.

Nesses casos podemos fazer um paralelo: imagine um usuário de drogas na hora em que ele pensa em ficar sem a droga. Ele apresentará sintomas tais como: taquicardia, sudorese, irritabilidade, impaciência, pânico. Segundo os médicos e outros especialistas da área, ocorre o mesmo com quem possui o vício do celular.

E não são poucas as pessoas que apresentam atualmente esta condição.

Apesar de ser tênue a linha que separa a dependência do uso excessivo (abusivo), podemos identificar que muitas pessoas tem demonstrado o nível de maior comprometimento do chamado vicio digital.

Segundo o levantamento de pesquisas, 176 milhões de pessoas no mundo são viciadas em tecnologia.
Como enfrentar a Nomofobia

Um estudo feito na Universidade Técnica de Ambato – Equador, concluiu que a nomofobia afeta significantemente o processo de ensino-aprendizagem da população pesquisada.

O trabalho concluiu que os estudantes sentem ansiedade e medo quando não estão com seus celulares e observam frequentemente seus aparelhos durante a aula, ansiosos por mensagens.

Outro estudo, também na cidade de Ambato, constatou a incidência da Nomofobia nas relações socioafetivas de jovens entre 17 e 21 anos, concluindo que a maior porcentagem desses jovens consideram o celular uma necessidade básica para se relacionarem, deixando de lado as relações pessoais.

Constatou também que o apego ao celular chega a ser maior do que o apego pelos familiares, tornando assim mais comuns os problemas com a família e de comunicação, já que os pais passam muito tempo trabalhando enquanto os filhos ficam sós dedicando o tempo à tecnologia e não ao estudo.

Ambos os trabalhos sugerem ações de enfrentamento a essa dependência. 

Há uma estimativa que atualmente no Brasil 10% dos brasileiros sofrem com esse mal e com a velocidade com que a internet chega aos lares esse número tende a aumentar ainda mais.

Os usuários vão se distraindo pelas facilidades que os aparelhos celulares têm e vão esquecendo como controlar o tempo gasto nas redes sociais.

A gravidade do problema está levando a uma mobilização mundial em busca de soluções.

Uma das frentes foi recentemente em 18 de junho deste ano o reconhecimento do distúrbio de jogo no Código Internacional de Doenças, o chamado CID que está em sua décima primeira versão.

Esse distúrbio é caracterizado por um padrão de comportamento persistente ou recorrente de jogos (‘jogos digitais’ ou ‘videogames’), que pode ser online (ou seja, pela Internet) ou off-line.

Há vários critérios para identificar este problema. Mas o foco para a psiquiatria neste momento é que através desta frente os especialistas estão cada vez mais empenhados em dar foco ao problema mais geral que é a chamada Nomofobia. Pois o distúrbio de jogo é apenas uma faceta da questão.

Será que tenho Nomofobia?

Para você saber se está exagerando ou não no uso do celular preste atenção nos seguintes sinais:


  • Checar o celular a cada dois minutos, de forma obsessiva;
  • Ter a impressão de que a toda hora o celular está tocando ou vibrando;
  • Em casos mais extremos, sintomas de abstinência na falta do aparelho, como taquicardia e sudorese;
  • Mentir sobre o tempo que gasta no celular;
  • Ficar com o humor alterado e apresentar irritação sempre quando o sinal da internet desaparece;
  • Ter o trabalho e as relações familiares ou com amigos em risco pelo uso excessivo do celular;
  • Tentar diminuir o tempo na internet sem qualquer êxito.


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