Casos de Chikungunya disparam no Rio e Baixada Fluminense - Baixada Viva Notícias

Casos de Chikungunya disparam no Rio e Baixada Fluminense

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Aedes aegypti — Foto: Raul Santana/Fundação Oswaldo Cruz/Divulgação


A Prefeitura do Rio de Janeiro registrou um aumento de mais de 80% no número de casos de Chikungunya entre 2018 e 2019, tendo como base os quatro primeiros meses de cada ano.

Entre janeiro e abril de 2018, a cidade contabilizou 3.413 casos da doença. No mesmo período deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde somou 6.188 infectados pelo Aedes aegypti, o mosquito transmissor da Chikungunya. Em todo o Estado, já são mais de 16 mil infectados.


Campo Grande, na Zona Oeste, é o bairro com o maior índice de pessoas com a doença. Nesse ano, 426 moradores pegaram o vírus enquanto ano passado, no mesmo período, foram 750. Em Bangu, também na Zona Oeste, são 379 pacientes, entre janeiro e abril de 2019. Em 2018, durante os 12 meses do ano, Bangu teve 263 ocorrências.

A Zona Oeste é a região do município com o maior número de casos. Além de Campo Grande e Bangu, as regiões da Cidade de Deus, Paciência, Realengo e Taquara já ultrapassaram os 200 casos cada uma no ano.

Bairros com mais casos de chikungunya:


Campo Grande ........... 426 casos
Bangu ........................... 379
Cidade de Deus .......... 335
Paciência ...................... 333
Realengo ...................... 304
Taquara ........................ 226
Jacaré ............................ 216
Irajá ............................... 207
Jacarepaguá ................ 207
Curicica ........................ 140


Número de casos graves aumentam

Para o médico André Siqueira, pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (Fiocruz), a maior preocupação com o aumento no número de casos de Chikungunya é com os pacientes que desenvolvem complicações neurológicas, encefalite, perda de consciência e convulsões, além dos casos que afetam o funcionamento do coração ou de outros órgãos.


"Esses casos tem acontecido numa frequência maior porque o número de casos (em geral) aumentou bastante. Então a gente acaba vendo essas manifestações com maior frequência", disse o pesquisador da Fiocruz durante entrevista ao Bom Dia Rio.

Nesses casos de maior risco, André explica que a Chikungunya pode provocar, "além de uma dor muscular bastante intensa, alterações neurológicas, encefalite, alteração de consciência e alterações renais. É importante pensar na Chikungunya como causa desses sintomas", explicou o Dr. André Siqueira.

Segundo Siqueira, se alguém identificar algum desses sintomas, deve procurar imediatamente uma UPA ou o posto de saúde mais próximo.

Chikungunya avança no Rio

O pesquisador ainda destacou a importância de combater o Aedes aegypti dentro de casa. "80% dos criadouros de Aedes aegypti estão dentro de casa. Então se a gente cuidar da nossa própria residência e do nosso local de trabalho vamos acabar com 80% dos mosquitos", explicou.


O aumento de mais de 80% no número total de casos da doença na capital do Estado é um alerta para as autoridades de saúde. Como comparação, somente o mês de janeiro deste ano teve um crescimento de 750%, em comparação com o primeiro mês de 2018.

Número de infectados por mês:

Janeiro de 2018 ................. 216 casos
Janeiro de 2019 ................. 1.683
Fevereiro de 2018 ............. 344
Fevereiro de 2019 ............. 830
Março de 2018 .................. 1.210
Março de 2019 .................. 2.126
Abril de 2018 ..................... 1.643
Abril de 2019 ..................... 1.549
Total de casos em 2018 (até abril).. 3.413
Total de casos em 2019 (até abril).. 6.188


Segundo os dados apresentados pela Prefeitura do Rio de Janeiro, ao longo de todo o ano de 2018, foram registradas 10.669 pessoas infectadas com o vírus da chikungunya na capital fluminense.

Mais de 300 casos em Caxias

O Estado do Rio de Janeiro já registrou, em 2019, mais de 16 mil casos em seus 92 municípios. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, este ano, 348 casos já foram registrados na cidade. No ano passado, foram 139 ocorrências.

No bairro Parque Duque, em Duque de Caxias, famílias inteiras foram atingidas pela doença.

"Meu marido, minha cunhada, o meu irmão e meu sobrinho, todos estamos doentes", disse a autônoma Sueli Lopes.

Segundo os moradores, os casos da doença começaram a aparecer em janeiro e que só depois disso a Prefeitura começou a mandar o carro de fumacê ao bairro.




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