Os motoristas cariocas e paulistanos do aplicativo Uber planejam aderir à paralisação global “Uber Off”, nesta quarta-feira (08) — dia em que a empresa irá fazer a sua estreia na bolsa de valores.
De acordo com o presidente da Associação de Motoristas por Aplicativo do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Tinoco, de 48 anos, o movimento, no Brasil, é para demonstrar insatisfação com as empresas de aplicativos de transporte que mantêm taxas quase inalteradas desde o começo do serviço, além de altos descontos nos valores repassados aos motoristas.
— Quando entrei para o Uber, há dois anos, você pagava R$ 1,79 por metro cúbico de GNV e hoje paga R$ 3,19/m³. O percentual cobrado pelo aplicativo às vezes chega a ser 45% do valor da corrida — conta.
Tinoco ainda explica que a Uber faz uma estimativa para o consumidor e cobra um valor fixo.
Entretanto, ao final na corrida, faz uma nova avaliação e, se o motorista tiver optado por um caminho mais rápido, o aplicativo mantém a cobranã igual para o passageiro, mas repassa ao motorista um valor menor, ficando com um percentual maior do valor total.
Para os condutores, não é justo descontos tão grandes visto que todo custo de manutenção, como IPVA, seguro e pneus, fica para o motorista.
No exterior, o protesto deve acontecer as primeiras duas horas após a abertura da bolsa de valores. Só que, no Brasil, o movimento está marcado para ocorrer durante as 24 horas dessa quarta-feira.
Alguns motoristas divergem sobre a participação. Em um grupo no facebook, um opina “com esse movimento fraco, ninguém vai ficar off amanhã, porque é quinto dia útil e o povo está recebendo pagamento.”. Já outros, tentam incentivar a adesão: “Estou precisando trabalhar pra levantar uma grana, mas amanhã ficarei off o dia todo também!”
— Uber Off chegou ao Brasil de forma truncada. As informações foram chegando mais por compartilhamento no whatsapp do que a nível oficial. O grande problema é que o movimento de motoristas de Uber ainda não é unido no Brasil. Mas, no Rio e em São Pauilo, a movimentação está boa — calculou Tinoco.
A Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (AMASP) publicou em sua página do facebook que entrou na lista das Associações Internacionais que participarão e apoiam o Movimento Mundial do dia 08 de Maio:
“A AMASP apoia o 24h Uber Off, de maneira voluntária de cada um, como forma legítima de manifestação das insatisfações dos motoristas para que alcancemos o objetivo: melhorias tarifárias!”, dizia a postagem.
Em relação às manifestações, a 99 informou que é a favor da liberdade de expressão.A empresa ressaltou seu compromisso de trabalhar para aumentar a renda dos condutores por meio de um número maior de chamadas e da cobrança de taxas menores em comparação à concorrência.
A Cabify informou que reconhece o direito da livre manifestação pacífica dos motoristas e busca continuamente o diálogo com seus stakeholders para oferecer uma plataforma de mobilidade que abranja as necessidades de todos.
A empresa disse que está sempre buscando melhorar o atendimento e a experiência dos motoristas parceiros e, por isso, eventualmente realiza ações e ofertas de benefícios, como descontos exclusivos em combustível em parceria com postos de gasolina para ajudar os motoristas a reduzir despesas e aumentar seus ganhos.
A Uber não respondeu até o momento da publicação dessa matéria.
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