Chefe da estação de tratamento de Água Guandu é exonerado após crise no abastecimento
O chefe da Estação de Tratamento de Água Guandu, Júlio César Antunes, foi exonerado pela Cedae na noite desta terça-feira (14), após a crise no abastecimento de água do Rio de Janeiro chegar ao seu 12º dia.
Desde a semana passada, moradores de várias regiões do Rio de Janeiro reclamam da qualidade da água fornecida pela Cedae.
Em várias regiões do estado - sobretudo Zona Oeste e Baixada - a água apresentou mudança na coloração, cheiro e gosto.
Alguns moradores chegaram a relatar que se sentiram mal.
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Segundo a Cedae, o que deixou a água com cor turva e sabor e cheiro estranhos foi a geosmina, uma substância produzida por algas. Segundo a companhia, o consumo não oferece risco.
Ainda assim, a empresa informou que começou a acrescentar carvão ativado no processo de purificação da água.
Também nesta terça, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cobrou da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) mais informações sobre a qualidade da água.
Os promotores querem que a empresa divulgue na internet os resultados da análise da água desde quando os problemas na qualidade do abastecimento começaram.
Governador critica fornecimento de água
A demissão do funcionário, que trabalhou na companhia por 30 anos, foi divulgada no mesmo dia em que o governador do estado, Wilson Witzel (PSC), fez duras críticas ao fornecimento de água no RJ.
Witzel disse que são "inadmissíveis os transtornos que a população vem sofrendo por causa do problema na água fornecida pela Cedae".
Pelo Twitter, ele também afirmou que determinou "apuração rigorosa tanto da qualidade da água quanto dos processos de gestão da companhia".
"A empresa deve acelerar a solução definitiva para aprimorar a qualidade da água e do tratamento de esgoto das cidades próximas aos mananciais. O consumidor não pode ser prejudicado", acrescentou o governador.
A Estação do Guandu
A estação de tratamento do Guandu tem uma vazão de 43 mil litros de água por segundo: o suficiente para abastecer uma população de 9 milhões de pessoas no Rio e em outros 7 municípios da Região Metropolitana.
Todos os dias, o processo de tratamento consome 210 toneladas de produtos químicos. O tratamento começa logo depois da captação da água do Rio Guandu.
Em seguida acontecem os seguintes procedimentos:
A desarenação retira partículas de areia presentes na água.
Depois, vem a utilização de produtos químicos - sulfato de alumínio e cloreto férrico- que servem para unir as partículas mais finas.
Em seguida, ocorre a filtração, feita com areia e/ou carvão antracitoso.
Neste momento deve entrar o carvão ativado pulverizado.
Por fim, acontecem os procedimentos finais, de desinfecção, com cloro, a injeção de flúor, para auxiliar na prevenção da cárie dentária e a correção de Ph com cal hidratada ou cal virgem, para evitar a corrosão das tubulações.
A água é bombeada para um reservatório público e ainda recebe mais flúor antes de chegar aos consumidores.
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