Por que certas pessoas são mais picadas por mosquitos que outras?
Não é impressão, os mosquitos realmente têm algumas preferências e infelizmente, a explicação para esse fato está em algo que não podemos controlar, o estresse!
Algumas pessoas podem passar a noite no mato e saírem ilesas dos mosquitos; outras se enchem de repelente e mesmo assim não conseguem se livrar das picadas.
Não é só impressão: os pernilongos de fato têm preferência por alguns humanos. Mas por que isso acontece?
Para responder a pergunta, primeiro precisamos saber como os mosquitos detectam suas vítimas.
Assim como o cheiro de sangue atrai animais carnívoros e o cheiro de bolo saído do forno atrai as crianças, o dióxido de carbono exalado pelos humanos atrai os mosquitos.
Nós respiramos moléculas de oxigênio e expiramos gás carbônico. Antes que esse gás se misture com os outros compostos presentes no ar, ele fica concentrado ao nosso redor.
Os mosquitos são sensíveis à picos desse gás em um raio de 50 metros em seu entorno.
Guiados pelo “sexto sentido”, eles se aproximam do local onde a concentração do dióxido de carbono é mais forte — ou seja, onde há sangue fresco para o rango.
Quando os insetos chegam a 3 metros de distância de um grupo de pessoas, chega a hora de escolher que será atacado.
Vários fatores são levados em consideração: temperatura da pele, transpiração e até cor.
A variável mais importante, porém, não tem a ver com a pessoa em si, mas sim com os micróbios presentes na superfície de sua pele.
Os mosquitos escolhem com base nos compostos químicos produzidos pelas colônias de microorganismos que habitam a superfície do nosso corpo.
As criaturinhas microscópicas convertem secreções das glândulas sudoríparas em até 300 compostos diferentes.
Em entrevista ao Live Science, o especialista em insetos Joop van Loon conta que os mosquitos detectam esses compostos pelo cheiro.
Um estudo mostrou que homens com uma maior diversidade de micróbios na pele tinham tendência a receber menos picadas do mosquito da malária do que homens com uma menor variedade.
O estudo também indicou que os mosquitos podem ter preferência por algumas bactérias específicas.
Segundo Jeff Riffeli, pesquisador em atração de mosquitos, pequenas variações nessa composição de químicos pode ser a diferença entre ser a vítima ou não.
As colônias de micróbios também variam ao longo do tempo em um mesmo indivíduo, como, por exemplo, quando ele está doente.
Infelizmente, não temos controle sobre a atividade dos micróbios em nossa pele.
A única solução é tentar respirar com calma e diminuir sua emissão de CO2. Pessoas que estão estressadas ou praticando exercício físico ficam ofegantes e exalam mais dióxido de carbono.
Riffeli dá uma última dica prática baseada em suas pesquisas para se livrar dos mosquitos: evitar roupas pretas.
Segundo ele, os insetos são atraídos por essa cor.
Da próxima vez que for explorar o meio do mato, considere usar roupas de manga longa e, de preferência, cores claras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário