Em Realengo, no sub-bairro Barata, muitos carros foram arrastados, uma casa desabou e moradores perderam tudo Foto: Fabio Rossi/01.03.2020
A chuva da madrugada deste domingo (01) causou grandes estragos em Realengo, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Alguns moradores perderam todos os móveis e eletrodomésticos de casa, e vários carros foram arrastados para dentro da galeria fluvial.
Na rua João Francisco, no sub-bairro Barata, cerca de sete carros foram levados pela força da água para dentro de um córrego.
Dois deles colidiram com uma casa, derrubando seu muro.
Carros derrubaram o muro de uma casa durante enchente em Realengo Foto: Fabio Rossi / Agencia O Globo
Na Rua Ocaibi, ao menos quatro carros foram parar debaixo de um canal.
Um deles era visto por meio de um bueiro, em frente a um depósito de águas.
— Cheguei para ajudar o pessoal, pensando que tinha vítimas. Mas graças a Deus, não havia — disse aliviado o pedreiro Ivair Trindade, de 49 anos: — Nem sabemos quem são os donos desses veículos.
Na mesma rua, uma casa de três andares desabou por volta das três horas da madrugada.
Os moradores não estavam na residência. O cachorro da família, porém, foi soterrado.
Prejuízo incalculável
O luthier e baixista Márcio Paes, de 40 anos, perdeu todos os móveis e eletrodomésticos, além de ter tido seu carro inundado pela lama.
Ele contou que passou a noite de sábado em um bar e voltou para casa por volta de uma hora da madrugada, porém não conseguiu entrar na rua, porque a água já estava na altura da cintura.
— Conseguimos entrar às 3h40 para tentar tirar a lama. Perdi meus equipamentos de trabalho e, agora, acredito que não vou mais conseguir vender meu carro, como estava tentando.
Nunca vi nada semelhante por aqui — lembrou.
Márcio Paes, com seu carro todo cheio de lama após tempestade em Realengo Foto: Fabio Rossi/01.03.2020
Denise Silva, de 52 anos, também teve um grande prejuízo — perdeu camas, armários e dois carros.
Ela estava dormindo quando foi acordada pelo filho, que notou que a água da chuva estava entrando pelos ralos:
— Ficamos sentados na janela vendo tudo boiar. Apesar de tudo, ninguém se feriu.
Susto ainda maior foi o do militar Wilson da Silva, de 57 anos, que mora com a esposa, três filhos e uma nora.
Ele acordou com o barulho da água entrando em casa e não conseguiu abrir as portas para deixar o local:
— Não conseguíamos sair. Arrancamos uma janela e nos abrigamos na casa de um vizinho. Eu perdi tudo! Menos a minha família.
O encarregado da Comlurb Johnny Pereira, de 33 anos, contou que sua equipe estava fazendo a limpeza do sambódromo quando foi deslocada para a região.
— Tiramos três caminhões, um total de 15 toneladas, apenas com pertences das vítimas da enchente, entre móveis e eletrodomésticos — disse.
Via Extra
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