A IMC, dona de redes de restaurantes como KFC, Pizza Hut e Frango Assado, demitiu nos últimos dias 30% dos funcionários do Brasil.
O grupo de restaurantes é a primeira companhia aberta e a primeira grande empresa de consumo e serviços a anunciar demissões em função da crise provocada pela pandemia de coronavírus.
No sentido oposto, outras companhias, como a varejista Renner e a Cosan, já anunciaram que não vão demitir empregados durante a crise. A Raia Drogasil contratou 2 mil pessoas nos últimos dias.
Para os funcionários que permaneceram na companhia, alguns tiveram contratos suspensos e outra parte tirou férias.
Questionada pelo Valor, a IMC não forneceu o número exato de funcionários demitidos e não comentou o assunto.
Os dados mais recentes sobre o tema enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) são de 2018, antes da fusão com a MultiQRS (então dona do Pizza Hut e do KFC).
Naquele ano, a empresa tinha 6.017 empregados no país. O Valor apurou que o grupo teria até março (antes das demissões) pouco mais de 9 mil funcionários.
As medidas foram apontadas pela IMC como uma “alternativa de redução de despesas e preservação de caixa”, segundo comunicado divulgado nesta semana à CVM.
O pacote de demissão inclui a manutenção do plano de saúde por pelo menos três meses e o compromisso de “priorizar a recontratação de funcionários desligados assim que a situação estiver mais normalizada”.
Com o avanço da pandemia, a empresa fechou cerca de 150 lojas no país, sendo 27 da KFC, 26 do Viena e 77 do Pizza Hut, além de uma unidade Frango Assado e 15 da Batata Inglesa.
Em aeroportos, três lojas foram fechadas e dez permanecem abertas. Em hospitais, as atividades de cinco unidades foram interrompidas.
A suspensão de contratos não ocorreu apenas no Brasil, mas também na Colômbia, onde toda a operação da IMC foi suspensa, no Panamá e nos Estados Unidos, onde foram fechadas 18 lojas, permanecendo quatro abertas.
A IMC também decidiu negociar contratos de aluguel nos países estrangeiros, além restringir o horário da operação e acelerar o fechamento de 15 lojas em shoppings, que já estavam sob monitoramento.
Todos os novos projetos de investimento que não estivessem perto de ser concluídos, foram suspensos.
Também em decorrência do coronavírus, a empresa postergou a projeção de abertura de lojas de 2020 para o período de 2021 a 2026.
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