Devido ao aumento na procura por hidroxicloroquina, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou na sexta-feira (20) que as farmácias passem a exigir receita para a compra de medicamentos que tenham este fármaco como princípio ativo.
“Os pacientes que já fazem uso do medicamento poderão continuar utilizando sua receita simples para comprar o produto durante o prazo de 30 dias.
A receita será registrada pelo farmacêutico que já está obrigado a fazer o controle do medicamento no momento da venda”, diz a agência.
No entanto, de acordo com o médico infectologista Gustavo Pinto, o uso desta droga para a cura da doença causada pelo contágio pelo novo coronavírus ainda está em teste.
“A droga tem um potencial anti microorganismo. Alguns lugares estão utilizando para controle, já que não há muitas alternativas. Trabalhos iniciais estão mostrando eficácia”, diz o infectologista.
Gustavo ainda acrescenta que a prioridade neste momento é o tratamento da doença, especialmente dos casos mais graves.
Além disso, o uso do medicamento de forma preventiva pode causar uma falsa segurança de se estar protegido, o que pode levar a pessoa a se expor ao risco de forma desnecessária.
Efeitos colaterais
Consequentemente, utilizar o remédio sem necessidade também provoca efeitos colaterais, como vômito e dores de cabeça, além do risco de intoxicação de figado e rins.
O uso prolongado da droga também pode trazer efeitos mais graves, como alterações na visão, que podem levar à cegueira.
Entretanto, o médico esclarece que o tempo de uso para os testes no tratamento da Covid-19 não ultrapassam o período de cinco dias.
Dessa forma, não há o risco de ter impactos tão graves na saúde do paciente.
Procura pela hidroxicloroquina
Em todas as regiões do Brasil, pessoas foram às farmácias procurar pela hidroxicloroquina para ter em casa como medida de prevenção.
A prática não deixa a pessoa mais vulnerável, mas a expõe aos efeitos colaterais.
A medida não é recomendada, já que o fármaco é utilizado no tratamento de doenças autoimunes, como o lúpus e a artrite reumatoide.
“Pode faltar [remédio] para quem precisa, ainda não há eficácia comprovada [da hidroxicloroquina para prevenção] e a pessoa pode descuidar das medidas preventivas, colocando em risco toda a família”, afirma o infectologista Gustavo Pinto sobre o uso do fármaco de maneira preventiva.
O médico destaca, ainda, que o uso deste e de qualquer medicamento deve ser feito sob recomendação de um médico de confiança.
Relatos nas redes sociais já alertam para o fato que pacientes estão encontrando dificuldades para encontrar o remédio.
Isso devido à busca por parte de pessoas que podem nem ter sintomas de Covid-19.
Com informações do Jornal o Estado de S. Paulo
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