De acordo com entidade, estoque de caixões da cidade conta com menos de mil unidades e se a média de mortes por covid-19 for mantida, corpos podem ter que ser sepultados em sacos plásticos.
Em carta aberta enviada, no último fim de semana, à Secretaria de Articulação Social do Governo Federal, a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (ABREDIF) fez um alerta:
O estoque de urnas, um dos mais afetados pela pandemia, é insuficiente se a média de óbitos decorrentes do Covid-19 – em média de 130 por dia – for mantida nos próximos dias.
De acordo com a entidade, há menos de mil urnas disponíveis e se o governo federal não disponibilizar imediatamente um avião de carga para o transporte aéreo de 2 mil urnas, o setor pode entrar em colapso e os corpos poderão ter que sepultados em sacos plásticos ou ficarão espalhados pela cidade.
De acordo com o presidente da ABREDIF, Lourival Panhozzi, cerca de 60% dos sepultamentos realizados em Manaus são pelo poder público local e há a necessidade imediata de reforçar o estoque de urnas.
“Se o governo não disponibilizar um avião para o transporte de urnas, poderemos ter corpos jogados nas esquinas.
O transporte rodoviário demora dias e a necessidade é imediata. O Brasil pode passar por um vexame mundial”, afirma.
No documento, a entidade ainda questiona a falta de um protocolo nacional do setor funerário para o enfrentamento da pandemia durante as as principais fases da atividade funerária: remoção dos falecidos, contratação do serviço funerário, preparação dos corpos, velório, sepultamento e cremação.
“Somos os responsáveis pela remoção e preparação dos corpos das vítimas do coronavírus e, assim como os profissionais da saúde, necessitamos de equipamentos de proteção e um protocolo unificado. O vírus existe, ele já está entre nós, mas não precisa estar em nós”, argumenta Panhozzi.
A ABREDIF ainda elencou uma série de pedidos encaminhados pelo gabinete de crise do segmento, formado pelos sindicatos estaduais, especialistas da categoria e membros atuantes do segmento, visando aumentar a capacidade de atendimento do setor funerário.
Entre eles, está a isenção de impostos e taxas federais, durante a pandemia de coronavírus, na produção e comercialização de urnas funerárias, itens ou produtos de uso exclusivo para execução de um serviço funerário e linha de crédito específica para a fabricação de urnas funerárias, equipamentos para laboratórios de preparação de corpos e partes cadavéricas e equipamentos para uso em cemitérios.
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