O presidente Jair Bolsonaro 02/04/2020 Foto: UESLEI MARCELINO / REUTERS
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite desta quinta-feira, que pode assinar um decreto para afrouxar o isolamento social nos estados.
Segundo ele, pode-se ampliar o número de profissões que voltarão a atuar normalmente durante a quarentena.
Ele também pediu aos governadores que "revissem suas posições" no combate ao novo coronavírus.
- Eu tenho um decreto pronto para assinar na minha frente, se eu quiser assinar, considerando ampliar as categorias que são indispensáveis para a economia.
Eu, como chefe de Estado, tenho que decidir. Se chegar o momento, vou assinar a MP.
Tem ameaça de todo lugar se eu assinar essa medida - disse, em entrevista a rádio Jovem Pan, na noite desta quinta-feira.
Eu apelo aos governadores e prefeitos que revejam as suas posições.
Questionado sobre o motivo de não ter ainda assinado o decreto para reabrir o comércio, Bolsonaro respondeu que "um presidente pode muito, mas não pode tudo", e que está "esperando o povo pedir mais".
- Nós temos ali gente poderosa em Brasília que espera um tropeção meu. Eu estou esperando o povo pedir mais.
O que eu tenho de base de apoio são alguns parlamentares, não são maioria, mas o povo está do meu lado. Tem que ser responsável.
O que muitos governadores mais querem é que eu tome a decisão para trazer o problema para o meu colo, e se tiver alguma morte, me crucificar.
Na semana que vem, se não voltar o comércio, eu vou ter que tomar uma decisão. Seja o que o povo quiser.
Bolsonaro voltou a alimentar a batalha com os governadores, em especial o de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
Afirmou que os governadores fazem um "trabalho irresponsável" e sugeriu que agem com motivações políticas para tirá-lo do cargo.
- Primeiro, com todo o respeito aos governadores, vocês estão muito mal de porta-voz. Ele porta-voz que vocês elegeram aí é muito ruim em todos os aspectos, vocês sabem quem é.
Faz demagogia barata o tempo todo, que é o (governador) de São Paulo.
Agora não venha esse porta-voz de discursinho barato, ginasial, falando que o governo tem dinheiro, que tem a Casa Moeda para rodar. Se rodar a moeda, vem a inflação. Nós não queremos o caos no Brasil.
Em seguida, partiu para cima de Witzel. Bolsonaro criticou recentes declarações do governador pedindo que a população não saísse às ruas.
- Agora, não podem alguns governadores, como o do Rio de Janeiro, na televisão falando: Fiquem em casa, é uma ordem.
Está pensando que é o quê? É ditadura esse negócio aqui, pô? Não é dessa forma que devemos tratar a população.
Fonte: Jornal Extra
Nenhum comentário:
Postar um comentário