Neste momento a gente não pode ficar sentado em casa sem fazer nada”, diz Lua, 12 anos, que pretende doar uma tonelada de mantimentos a moradores da comunidade do Tabajaras, onde vive.
A iniciativa solidária é o que não falta a menina Lua.
Junto com sua mãe, a costureira Fátima Regina, 58 anos, está confeccionando mil máscaras de proteção contra o novo coronavírus.
O plano é trocar cada uma por um quilo de alimento.
Logo que o isolamento social entrou em vigor no Rio, Raíssa Luara de Oliveira, 12 anos, mais conhecida como Lua, começou uma campanha para arrecadar alimentos e doar a moradores que ficaram sem renda.
Conseguimos mais de meia tonelada de mantimentos e, junto a cada cesta básica, doamos um livro. Isso sem desfalcar o acervo da biblioteca”, diz Fátima.
A mãe de Lua percebeu que poderia arrecadar bem mais se não esbarrasse na timidez dos doadores:
“As pessoas têm vergonha de doar somente um quilo. Muita gente quer colaborar, mas acha que ir até lá colocar só um quilo é muito pouco. E não é”, explica.
Como nesta primeira campanha, além dos alimentos, seis pessoas doaram dinheiro, o que somou R$400, Lua teve uma ideia: com este valor, comprar tecidos, linha e elástico e confeccionar máscaras. Assim poderiam trocá-las por mais mantimentos.
Desta forma, as duas encontraram um meio de as pessoas levarem um quilo de arroz, feijão ou óleo sem se sentirem constrangidas.
“Elas vão lá para trocar pela máscara. E, no final das contas, mil máscaras serão mil quilos, muito mais do que poderíamos adquirir com o dinheiro doado”, diz Fátima.
Isoladas há quase um mês, elas confeccionam as máscaras de tecido. Enquanto Fátima corta, Lua costura e monta. Aí a mãe faz a parte mais difícil que é prender o elástico.
Quase 300 máscaras já estão prontas e até o início do próximo mês, quando será feita a campanha de troca, elas pretendem ter confeccionado de mil a 1.200 máscaras.
Estou doando o meu trabalho e ainda tirei R$35 do meu bolso para colocar gasolina no carro da minha cunhada, que me levou para comprar os tecidos.
Mas está sendo muito gratificante ver minha filha tão empenhada.
Acho que é assim que se educa: mostrando que mesmo com pouco a gente pode fazer muito e que, diante da crise, a gente levanta e luta”, diz Fátima.
Quem quiser doar alimentos ou trocá-los por uma máscara, Lua e Fátima estarão em frente ao Extra da Rua Siqueira Campos, em Copacabana, no dia 2 de maio, um sábado.
Por Rio de Boas Notícias
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