Do Leme ao Pontal, as areias cariocas estão vazias.
Nas escolas, todas fechadas, acabou aquele vaivém dos alunos em frente às cantinas.
A quarentena imposta pela pandemia do coronavírus levou a fábrica do Biscoito Globo a fechar as portas pela primeira vez em 67 anos.
Nas últimas semanas, a produtora de um dos ícones do Rio quase não produzia mais as tradicionais rosquinhas de polvilho.
Marcelo Ponce, um dos donos, lembra que, desde o fim de março, a fábrica, localizada na Rua do Senado, no Centro da capital, funcionou apenas por três dias, para atender a alguns pedidos esporádicos de supermercados.
Segundo ele, a produção diária, de cerca de cinco mil unidades, foi a quase zero.
É a primeira vez que fechamos a empresa. A fábrica está parada, sem atendimento ao cliente.
Quando há um pedido de algum, produzimos de forma específica.
Chamamos dois ou três funcionários e fazemos os biscoitos rapidamente.
As praias estão vazias, assim como as 300 cantinas de escolas e as 200 lojas para as quais vendíamos.
Não há o que fazer aqui — afirmou Marcelo, filho de um dos fundadores, Milton Ponce
Sem pedidos, o empresário contou que todos os funcionários vão ficar em casa.
Com os casos de coronavírus aumentando no Rio, ele não sabe quando voltará a produzir o biscoito de polvilho mais famoso do país. Marcelo não quer colocar seus colaboradores, muitos deles idosos, em situação de risco.
— Estamos tentando sobreviver, renegociando com os fornecedores. Já esgotamos as nossas reservas e, agora, vamos tentar continuar pagando aos funcionários.
Hoje, 60% das vendas são os biscoitos com embalagem de papel, vendidos nas praias pelos ambulantes.
Infelizmente, eles estão sem trabalho, enfrentam uma situação muito crítica — lamentou Marcelo.
Fonte: Jornal Extra
Nenhum comentário:
Postar um comentário