O Rio vai se despedir do inverno com dias cinzentos. O deslocamento de uma frente fria encobriu o céu no domingo e ocasionou pancadas de chuva.
E assim o tempo ficará até a chegada da primavera, amanhã às 10h31.
E foi justamente a chuva de ontem que ajudou a diminuir a percepção da chegada na cidade da fumaça proveniente das queimadas que ocorreram no Pantanal.
O deslocamento foi registrado em imagens de satélite e analisadas por pesquisadores da UFRJ e do Climatempo.
A virada no tempo deixou o clima mais ameno. O AlertaRio registrou ontem máxima de 25,3°C, às 8h30, na estação Barra/Riocentro, e mínima de 20,1°C, às 0h30, no Alto da Boa Vista.
A chegada da primavera deve seguir o padrão de temperaturas ainda mais baixas: máxima de 23°C e mínima de 17°C, segundo o AlertaRio, e chuva fraca a moderada ao longo do dia.
Em todo o Sudeste do Brasil, em 2020, no entanto, a primavera deve ser mais fresca do que a dos últimos dois anos.
— Como é típico, a primavera deve trazer chuvas mais frequentes. Inclusive, há previsão de volume significativo nesses primeiros dias da estação, no Rio.
O alívio acontece a partir do dia 24, mas continua a chover ao longo da estação — adianta Mamedes Melo, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A chegada da primavera deve seguir o padrão de temperaturas ainda mais baixas: máxima de 23°C e mínima de 17°C, segundo o AlertaRio Foto: ANTONIO SCORZA / Agência O Globo
A queda na temperatura fica por conta da La Niña, fenômeno em que as águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental se resfriam.
— La Niña está ativa, com uma fraca intensidade, e há chances acima de 70% de persistir até o início do verão.
No Sudeste, isso impacta nas temperaturas. Em geral, ficam mais amenas do que a média histórica — afirma a professora do departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Renata Libonati.
A notícia deve agradar aos cariocas, especialmente após um inverno mais quente do que a média dos últimos anos.
Segundo o AlertaRio, a estação de Santa Cruz, no dia 12 de setembro, chegou a marcar 40,4° C. Temperatura típica de um dia de verão. E a média das temperaturas máximas foi bem quente também: 30,6º C.
Sobre a fumaça do Pantanal no Rio, professora Renata Libonati explica que há algumas semanas, no Sul, houve ocorrência de chuva negra, que foi associada aos efeito das queimadas, embora não haja estudos conclusivos ainda.
— E depois a fumaça avançou para São Paulo, na sexta-feira, e agora para o Rio. Mas como começou a chover, houve uma melhora da qualidade do ar por aqui e não percebemos tanto a chegada desse material particulado — explica a professora Libonati.
O meteorologista do Climatempo Filipe Pungirum, afirma que esse material deve sumir nos próximos dias:
— O tempo de persistência dessas partículas na atmosfera geralmente é até o episódio de chuva. Houve chuva fraca no Rio neste domingo.
E, entre segunda e terça, chove até com forte intensidade, amenizando a situação.
A chuva contribui com a disposição úmida do material, limpando a atmosfera.
Via Extra
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