Notícias falsas associaram imagem do candidato como sendo chefe da máfia dos reboques da Baixada e como proprietário de um pátio legal para carros rebocados indevidamente
A Justiça Eleitoral definitivamente aderiu ao combate às fake news. Candidato a vice-prefeito na chapa de Rogerio Lisboa, que concorre à reeleição em Nova Iguaçu, Juninho do Pneu (DEM), ganhou duas ações para tirar de circulação notícias falsas contra ele nas redes sociais.
No Whatsapp e no Facebook, publicações associaram sua imagem como sendo chefe da máfia dos reboques da Baixada e proprietário de um pátio legal para carros rebocados indevidamente.
A primeira ação movida trata de injúrias sofridas em grupo de WhatsApp específico da Baixada Fluminense. A outra envolve dois perfis que publicaram calúnias contra o candidato no Facebook.
No primeiro caso foi determinado, junto às empresas de telefonia móvel, a identificação da titularidade da linha de quem disseminou a notícia falsa.
Já a outra decisão oficiou a plataforma a informar a identidade por trás dos supostos perfis que disseminaram na rede os conteúdos impugnados.
As duas decisões foram da juíza Mariana Moreira Tangari Baptista, da 84ª Zona Eleitoral de Nova Iguaçu, e determinaram ainda a retirada imediata dos conteúdos saíssem do ar nas duas plataformas, com a obrigatoriedade de comprovação do atendimento às medidas para constar nos autos dos processos.
- Apanhei na campanha de deputado federal inteira com essa história, mas, na época, decidimos não tocar no assunto para evitar a disseminação do assunto, mas por muito pouco não perdi a eleição.
O Governo do Estado vinha fazendo uma série de operações em Magé, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo e, principalmente, em Nova Iguaçu, e tudo na estava caindo na minha conta. Agora, dois anos depois, essa história ressurgiu e eu não poderia deixar sem fazer nada.
O combate às fake news está mais forte do que nunca, sobretudo agora, no período eleitoral. As decisões das sentenças estão aí para provar que não tenho qualquer relação com o que tentaram atrelar, indevidamente, à minha imagem - destaca Juninho do Pneu.
As decisões tiveram base no artigo 9º da Resolução TSE nº 23.610/2019 que veda a divulgação de conteúdos, ainda que por terceiros, cujas informações não sejam fidedignas; e no artigo 57-D, § 3º, da Lei 9.504/97 que autoriza a Justiça Eleitoral a determinar a retirada de agressões ou ataques a candidatos em sítios da internet, inclusive em redes sociais.
Segundo a juíza, em seu embasamento para os pareceres das decisões, notícias falsas podem gerar nos eleitores impressão deturpada sobre o caráter do candidato, afetando até mesmo a legitimidade de uma eleição.
*Fake news nas redes*
O Facebook e o WhatsApp são as principais plataformas de difusão de conteúdos falsos, segundo o Relatório de Notícias Digitais 2020 do Instituto Reuters, considerado o mais importante estudo mundial sobre jornalismo e novas tecnologias. No Brasil, o Whatsapp foi mencionado como principal local por onde mensagens falsas são disparadas (35%), enquanto o Facebook (24%) é o segundo canal mais citado.
O mesmo relatório mostrou que os serviços online são a principal fonte de informação em diversos países, como Argentina, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha. Entre os brasileiros, o Facebook (54%) e o Whatsapp (48%) também estão entre as plataformas dominantes dos entrevistados ainda que muitos recorram ao Instagram (30%) e o Twitter (17%).
O Whatsapp, inclusive, ganhou recentemente uma ferramenta chamada chatbot - um robô de conversas - para checar se a "notícia" que chegou é, de fato, falsa ou enganosa. O recurso, produzido pela Rede Internacional de Checagem de Fatos (IFCN, sigla em inglês), estava disponível em mais de 70 países em inglês, espanhol e hindi. Agora, estreou na versão em português, em parceria com o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio).
Nenhum comentário:
Postar um comentário