Na Praia da Luz, em São Gonçalo, há uma colônia de pescadores e uma igreja branca, do século XVII, às margens da Baía de Guanabara. Mas, há seis anos, o refúgio de lazer passou a ser o esconderijo de um dos chefes do tráfico mais procurados do Rio: Ricardo Severo, o Faustão, da facção Comando Vermelho. As informações são do Jornal O Dia.
Com ele, o local passou a ter homens fortemente armados, com fuzis, na própria praia, o que impede a polícia de chegar de barco. Além disso, ele impôs práticas ilegais no local e lucra até com cobrança de taxas para outros traficantes se esconderem da polícia.
As informações constam em relatórios de inteligência, obtidos, com exclusividade, pelo jornal O DIA, com a Polícia Civil e o Ministério Público.
Foi na Praia da Luz que, no dia 20 de agosto, o jovem Alexander Carvalho Ribeiro Motta, de 19 anos, morreu ao ser baleado, durante uma ação da Polícia Militar. Ele retornava de uma pescaria, com um amigo, que também foi ferido. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.
A ação policial ocorreu após a Polícia Civil repassar a informação de que Faustão estaria reunindo comparsas para invadir o Complexo da Alma, de influência do TCP.
Em imagens obtidas pela polícia, os traficantes apareciam vestindo roupas camufladas. Com a chegada dos policiais, em um blindado, os criminosos fugiram para dentro de uma mata e atiraram. Alexander e o amigo foram atingidos nesse momento.
Um dos familiares afirmou que dois homens, fardados, atiraram de dentro da mata nos jovens. A DH apura, através da trajetória dos tiros se os homens fardados poderiam ser os criminosos, já que a localização dos policiais estava georeferenciada.
Faustão estava entre os criminosos que fugiram para dentro da mata: a residência dele, inclusive, é perto da praia e tem saída para o matagal, aos fundos. A casa destoa na região: tem cerca de 300 m2 de área construída e acabamento de luxo. Lá, sua mulher trabalha realizando bronzeamento com fita isolante.
A reportagem do Jornal O Dia tentou ir ao local, mas foi parada em uma barricada feita com concreto. Dois ex-moradores foram localizados e conversaram em anonimato.
“Eu tinha um comércio e fui expulso em 2016. Passaram o meu ponto para o parente de um traficante”, disse um. Outro, relatou que gostaria de levar os filhos na praia, mas não é mais possível. “Eles andam fortemente armados. Eu passei minha infância no local, mas saí com a violência”.
Disque-Denúncia: Divulgação
Via O Dia
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