Ao tentar ingerir um comprimido para tratamento de verme, chamado Albendazol, Luiz Fabiano engasgou e teve as vias aéreas obstruídas, sem conseguir respirar.
Foram cerca de 30 minutos sem oxigenação, entre tentativas de reanimação em casa e os primeiros-socorros, em uma unidade de saúde no bairro onde moram.
O menino foi reanimado e entubado e passou pouco mais de um mês internado no Hospital Evangélico Makenzie, na capital, com alta prevista para esta terça-feira (31).
O pediatra Eduardo Gubert, que atende no mesmo hospital, explica que o ideal é evitar oferecer comprimidos para crianças pequenas, justamente pela possibilidade de engasgo e aspiração.
“É como se ele fosse para o lugar errado, para a parte da respiração ou ficasse entalado no esôfago da criança e não chegasse até o estômago”explicou o especialista, em entrevista para a Banda B.
Segundo Gubert, até uma certa idade e para evitar incidentes que possam levar a graves consequências, o melhor é optar por medicamentos em versões líquidas, de pozinho ou xarope.
“De preferência, a gente acaba dando comprimido para criança maior do que 10 anos de idade ou crianças que são menores, mas que já têm facilidade em engolir comprimidos”orienta Gubert.
No caso de Luiz Fabiano, a mãe, Franciele Augustinhak, conta que o menino estava mais acostumado a ser medicado com remédios líquidos. No dia 26 de julho, porém, ela acabou administrando a versão em comprimido receitada pela médica que fez o atendimento na unidade de saúde.
“Eu até falei, nossa, mas nunca dei comprimido. Todo ano dei [remédio] pros meus filhos em líquido. Aí eles quiseram dar em comprimido. Achei meio estranho”.contou Franciele, para a reportagem.
Ela disse que perguntou, então, como administrar.
“Ela falou ‘pode dar inteiro, mãe. Ele é docinho, é fácil, derrete rapidinho na boca.”
Consultada pela Banda B, a Secretaria Municipal da Saúde informou que, para as crianças, o remédio Albendazol “é prescrito na apresentação comprimido mastigável” e que a orientação nas unidades de saúde de Curitiba deve ser que “o paciente mastigue e não tente engolir inteiro”.
O pediatra Gubert explica que no caso de engasgo, é preciso realizar procedimento de desobstrução das vias aéreas e fazer manobras de desengasgo, como quando a criança engasga com qualquer outro tipo de objeto, como pequenas peças de briquedo ou mesmo alimentos sólidos.
“Pode dar alguns tapas nas costas da criança, ou, em crianças maiores, realizar a manobra de Heimlich, que é como se fosse um abraço por trás, fazendo uma pressão na região do estômago, para que ela consiga eliminar o objeto que está atrapalhando a respiração dela”orienta o pediatra.
Gubert avalia como uma situação de bastante urgência. “Isso tem que ser feito de três a cinco minutos, quando o objeto está obstruindo totalmente a via de respiração da criança”, diz.
Do contrário, ela fica asfixiada pelo objeto e o ar não consegue chegar até os pulmões. “Uma criança que fica esse tempo sem oxigênio leva a uma parada cardiorrespiratória, é uma situação super grave mesmo essa falta de oxigênio para o corpo da criança.”
Fonte: Banda B
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